quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Uma Escola nos Subúrbios

A escola era pouco mais que um barracão em forma de H que se prolongava para norte por dois corpos edificados, mais curtos, um ao meio e outro na parte inferior da letra agá. O acesso era pela estrada que a ladeava a norte. A nascente ficavam as salas das raparigas, a poente as dos rapazes, e a sul, depois da primeira haste vertical do H que era o refeitório, cozinha e ginásio, estendiam-se em declive suave, terrenos incultos até um regato emparedado entre canaviais cerrados.
Estes canaviais eram socialmente muito importantes para o bairro, serviam de esconderijo para as brincadeiras dos rapazes e das raparigas, de refúgio e leito para os amantes, eu sei lá para que mais.
Um bairro problemático da periferia de Lisboa dos anos sessenta - recebera desalojados pela construção da Ponte sobre o Tejo, da zona de Monsanto, Serafina e Alcântara e muitos clandestinos de barracas demolidas no tempo e por ordem do Presidente da Câmara de Lisboa, General França Borges.

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