quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SOLILÓQUIO

O pai voltou a estar vivo.

Sobre o vale do Ribeiro da Chã, havia agora uma ponte de apenas um arco enorme, (com o rio estreitíssimo lá no fundo) descendo muito e fazendo uma curva apertadíssima quando encontrava a outra encosta.

Daí, subindo sempre, íngreme e a direito, na direcção das Sesmarias. Mais para cima, quase tocando as nuvens, nova torre de um novo cabo de alta tensão para transporte de electricidade. Para onde?

Quase por debaixo da nova ponte um quintalejo de couves. Couves, criadas em barro vermelho, que se engordavam em estrume bem negro com o qual o barro se misturava.

As couves eram lindas, verdes, grandes e repolhudas. Mas assustava-me muito o esforço de cavar o solo e manter belo aquele couval.

Num rodopio de caleidoscópio maravilhoso, havia mais gente (raparigas) conhecida da longínqua juventude: a Preciosa do Ti Júlio, a Preciosa da Ti Piedade, a Ermelinda da Vageira e as irmãs "Grifas" e a Alice do Vale da Fonte.

E eu estava bem, sem preocupações de nenhuma espécie, feliz!

Será ser feliz isto?