sábado, 20 de setembro de 2008

Alagou-lhe o noivado

A Zulmira casou-se.
A sua permanência solteira em Lisboa preocupava a família que temia a sua perdição naquele antro, que era a Capital, vista do mundo rural.
Assim, quando souberam que a menina Zulmira ia casar-se ficaram radiantes. Ainda por cima o rapaz era um bom partido, um médico, também oriundo da província, de uma aldeia perto de Coimbra, que conhecera a menina quando ela ainda estudava nesta cidade e não lhe perdera o rasto até Lisboa.
Mas a rifa saiu-lhes em branco! Uma desilusão! A Zulmira foi preterida por uma outra vizinha mais capitosa e teve de se contentar com um companheiro de trabalho, professor como ela, para desgosto e grande raiva da família que já estava a pensar juntar um médico aos já dois advogados existentes na família.
Quebraram todas as tradições: o casamento não se fez na matriz lá da terra, realizou-se na capital numa cerimónia simples na Igreja da Luz, em Carnide. Uma pobreza franciscana.
Esta rapariga só dava desgostos à família!

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