sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Estilhaço n.º 0053 - No Casal da Serra ( 2 )

Cristóvão levantou-se, mordiscou o lóbulo da orelha esquerda da Zulmira e foi ao carro buscar uma manta. Já nada da paisagem os perturbava, estavam moucos aos ruídos longínquos das aves, árvores, ervas ou outros animais além deles próprios. Só existiam eles. Enquanto se beijavam e apalpavam iam-se despindo as roupas. Ela ainda reclamou:
 - Se alguém nos vê, Cristóvão, que vergonha!
 - Não sejas tonta, aqui e agora, quem poderá ver-nos?
Os peitos da Zulmira eram pequeninos mas muito harmoniosos, de um leitoso rosado, como a restante pele do corpo, com as auréolas bem rosadas e os mamilos hirtos de um rosa ligeiramente mais escuro. Apetecia nunca largá-los, mantê-los eternamente entre os lábios, afagando-os suavemente com a língua. Os ombros estreitos mas elegantes, a cintura fina, abrindo amplamente para baixo formando uma anca soberba, embora baixa, quase sem transição para as coxas, que se prolongavam por pernas bem torneadas e longas, com maior mas elegante relevo na barriga da perna, o tornozelo fino, os pés pequenos.
Naqueles anos as depilações púbicas e axilares ainda não se tinham vulgarizado e a Zulmira nunca foi progressista em modas capilares. Havia uma mistura de odor corporal com um perfume que aparecia nas lojas como "Tendresse", variedade de uma marca comercial vendida cara na época, muito agradável, que nos obrigava a querer sugar as suas utilizadoras todas, inteirinhas.
O Cristóvão também era um bom exemplar de homem médio macho. Estatura média mas bem feito, peitorais e abdominais perfeitos, testículos grandes, pénis não muito longo mas de generoso perímetro, erecções frequentes e prolongadas ao menor estímulo. A Zulmira quando o viu, ainda solteira, pela primeira vez erecto, ficou tão impressionada que foi comentar com a sua colega e grande amiga, Maria do Céu: «Onde vou meter uma coisa daquele tamanho?» Cristóvão não se considerava extraordinário, julgava-se um homem mediano em tudo e atribuía a admiração da Zulmira à turgidez e volume do seu órgão sexual.
Pois naquela tarde morna de Outono envolveram-se num jogo erótico, calmo, saboroso e sem pressas. Os beijos mútuos choveram sobre todos os espaços de ambos os corpos. A rosada vulva da Zulmira, de lábios perfeitos e clítoris pequenino, não escapava aos beijos e afagos do Cristóvão. Ela deliciava-se naquelas sensações e retribuía gratamente, a respiração alterada, muitas vezes ofegante. Num impulso agarrou o túrgido músculo, ergueu as pernas e introduziu-o na vagina, erguendo os quadris para facilitar a penetração. Ele agradou-se e retribuiu com um cadenciado vai vem da sua anca sobre a dela e mantiveram-se longos minutos assim, imperceptivelmente o ritmo foi-se acelerando, ela remexendo-se tanto quanto ele, até que se sentiu completamente inundada por uma sensação quente que lhe atingia a cérvix e ambos desfaleceram sobre a laje como que embriagados. Lentamente o músculo foi ficando mais flácido, deixou o seu encaixe e repousou sobre a coxa de Cristóvão. De entre as pernas da Zulmira corriam grossas lágrimas que formaram um pequeno charco esbranquiçado sobre a pedra de granito. Anoitecia, vestiram-se. Era já noite quando chegaram à vila a casa dos pais da Zulmira. Já os esperavam para o jantar.

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